Nesse artigo você vai aprender sobre os tipos de rabeta de pranchas de surf e como cada uma delas pode dar um boost na sua performance. Nosso objetivo é que você saia daqui sabendo o que deve considerar na hora de escolher a rabeta ideal para o seu próximo foguete.
Em primeiro lugar, é essencial que você entenda duas questões muito importantes para evitar decepções com a sua prancha, especialmente se você é iniciante e ainda não tem aquela visão mais aprofundada de como funcionam as coisas quando o assunto é design de pranchas de surf.
ENTENDENDO O BÁSICO
A rabeta é somente um dos elementos da prancha
Uma prancha de surf é um sistema complexo constituído de diversas variáveis. Além da rabeta, seu foguete possui dezenas de outras características que influenciam diretamente no seu comportamento dentro d’água.
Nenhuma dessas características é suprema sobre as demais, pelo contrário, é a combinação delas que resulta numa determinada performance hidrodinâmica. Na água, esse desempenho é percebido pela facilidade (ou dificuldade) de manobrar, pelo grau de controle (ou descontrole) que você tem sobre a prancha, pela velocidade que consegue imprimir na onda etc.
Na prática, o primeiro passo é garantir que essa expectativa de performance esteja muito bem alinhada entre você e seu shaper. A partir de então é trabalho do shaper determinar o design de cada um dos elementos da prancha para alcançar o objetivo, incluindo o tipo de rabeta.
As características do mar e do surfista importam
O surfe é uma atividade de constante interação entre o mar, a prancha e o surfista. Com relação ao mar, você já sabe que há ondas... e ondas. Uma rabeta do tipo “x” não vai funcionar num mar de meio metro com formação cheia na Barra da Tijuca da mesma forma como funcionaria num dia épico em Pipeline com 10 pés liso e tubular. Ao contrário do que algumas pessoas pensam, não existe essa mágica.
Além disso, o que pode funcionar muito bem para uma pessoa talvez não seja a melhor opção para outra. As pessoas tem biotipos diferentes. Peso, distribuição desse peso, altura, formato do corpo, postura, abertura das pernas... tudo influencia! Isso sem falar, é claro, no nível de habilidade do surfista. Ou seja, o que a pessoa é capaz de fazer em cima de uma prancha em função do seu talento e/ou da sua experiência. Procure no YouTube um vídeo do Kelly Slater surfando com uma porta. Sim, você leu certo: uma porta!
Dito isso, bora falar de rabetas!
QUAIS TIPOS DE RABETA EXISTEM?
A resposta mais correta pra essa pergunta é provavelmente a única que você não querer: existem "infinitos" tipos de rabeta. = (
Desde os primeiros registros da existência do surf, quando o inglês Capitão Cook visitou as ilhas havaianas em 1777 e avistou pela primeira vez um ser humano descendo uma espuma com uma tora de madeira sólida, shapers do mundo todo vem criando novos formatos de rabeta na tentativa de melhorar a experiência dos surfistas dentro d’água. Hoje, existe uma quantidade inenarrável de rabetas, nos formatos mais variados e malucos que você possa imaginar.
Pra facilitar a sua vida, preparamos uma seleção do que há de melhor por aí. Vamos te entregar de mão beijada os tipos de rabeta mais testados e aprovados por surfistas de todos os níveis, em todos os tempos, no mundo todo.
A ideia aqui é garantir que você conheça as rabetas mais importantes dentre as inúmeras opções que estão disponíveis hoje no mercado. E “importantes” nesse caso significa aquelas que comprovadamente funcionam (depois de milhares de pessoas usando durante muitos anos) e que são usadas pelos shapers como design-base para o desenvolvimento de formatos novos (porque para criar algo novo, o shaper precisa partir de algum lugar).
Além disso, essas são as rabetas que você vai encontrar com mais frequência para comprar, logo é interessante que você saiba reconhece-las e distingui-las pra não ficar perdido.
RABETA SQUASH – Versatilidade no dia a dia
Sem dúvidas é a rabeta mais usada por surfistas mundo à fora, o que faz todo sentido porque é também a mais versátil. Muitos surfistas possuem somente uma prancha, mas pegam mares com condições variadas. Por isso, a Squash acaba sendo uma escolha inteligente para quem não tem um quiver, funcionando razoavelmente bem na maioria dos mares.
É o caso da galera que mora na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Por ser uma praia de longa extensão com fundo de areia, as condições podem variar muito de um dia para o outro. Até no mesmo dia, só que de um pico para o outro. Na prática é uma praia formada por inúmeros beach breaks diferentes. Nesse tipo de ambiente, se você só tem uma prancha, é prudente considerar uma Squash.
A versatilidade dessa rabeta é resultado do seu design equilibrado, representando um ponto de equilíbrio entre fatores que se comportam de forma oposta quando você está na parede da onda, como troca de direção versus estabilidade, assim como velocidade versus controle.
O formato da Squash faz com que a prancha tenha uma boa área na parte de trás, gerando projeção e ajudando o surfista a não perder velocidade, principalmente nas partes mais fracas da onda. É por isso que, apesar de muito versátil, a Squash tende a funcionar melhor em mares pequenos e médios, até 5 pés (até aprox. 1.50m).
Em ondas de maior tamanho e potência, muitos surfistas preferem rabetas cuja hidrodinâmica é mais voltada para controle e estabilidade – a exemplo da Round ou Round Pin, o que explicaremos melhor abaixo.
Boas opções para Squash:
Pimentinha - clique para acessar
Brain Wash - clique para acessar
Day Tripper - clique para acessar
Quebradeira - clique para acessar
RABETA ROUND – Dia a dia com mais pressão
A característica mais notável da Round é que ela funciona em muitos tipos de prancha. Isso é interessante para os surfistas que têm condições de construir um quiver com vários foguetes, mas não querem abrir mão das características essenciais que essa rabeta proporciona.
Este é um dos motivos que tornam a Round uma das rabetas preferidas dos surfistas profissionais. Repare no seguinte: muitas vezes, quando um atleta usa Round, a maioria das pranchas do quiver dele são com essa rabeta. É o caso do Gabriel Medina, por exemplo. Isso acontece porque um profissional precisa de pranchas que mantenham um nível de performance similar entre elas, mesmo diante de condições de mar variadas. Ele precisa ter consistência no pé para alcançar seus resultados em campeonatos.
A Round costuma ser uma ótima rabeta para ondas com mais pressão, incluindo aqueles dias tubulares que todo surfista sonha. Devido a sua facilidade para fazer arcos e um surf de linha, é excelente para surfar point breaks longas com bom tamanho como, por exemplo, Punta Rocas (Peru) e Uluwatu (Bali).
Veja o que diz o surfista profissional Stephan Figueiredo sobre essa rabeta mágica:
"A rabeta que mais uso é a Round porque ela se adapta melhor ao meu estilo de surf. Fico mais seguro em ondas maiores, faço linhas mais redondas e tenho maior firmeza dentro dos tubos. Me divirto mais no final das contas."
A rabeta Round é muito procurada também devido a sua versatilidade, pois tem uma área suficiente para gerar lift e manobrabilidade, contudo sem perder o controle. Ou seja, apresenta um funcionamento relativamente próximo à rabeta Squash, porém com mais controle e segurança, o que é ótimo em ondas mais fortes e tubulares, como já citado.
Boas opções para Round:
Magic Carpet - clique para acessar
Indotrip - clique para acessar
New Flow - clique para acessar
Pimentinha - clique para acessar
RABETA SWALLOW – mudança de direção e/ou ondas pequenas
Muita gente não sabe, mas originalmente a rabeta Swallow foi projetada pensando em ondas pesadas de point breaks tubulares da região de South County, San Diego. Especificamente para surfar picos como Big Rock em La Jolla e Newbreak em Sunset Cliffs. Mas como assim ondas pesadas e tubulares? O ano era 1967 e a ideia era que as duas pontas externas da Swallow funcionassem como 2 Pins combinados para segurar melhor a prancha na parede da onda – o que foi chamado de “twin pin”. Sacou?
Ocorre que shapers e surfistas da época começaram a perceber que esse design funcionava muito bem em ondas pequenas e rapidamente a rabeta Swallow ganhou popularidade nas pranchas maroleiras. Percebeu-se que ela facilita arcos mais curtos e manobras no crítico da onda.
Não sei se você já parou pra pensar, mas o formato côncavo da Swallow surge simplesmente quando você corta fora um pedaço da rabeta. Tá, mas na prática qual é o efeito disso? A rabeta fica mais larga, o que contribui para que a prancha responda mais rápido nas mudanças de direção. Isso é particularmente importante para surfistas mais leves, visto que muitas vezes somente o peso do seu corpo não é suficiente para direcionar a prancha tão rápido.
Por fim, vale citar o seguinte: como você já deve ter percebido, as rabetas Swallow são muito usadas em pranchas Fish, tanto as mais modernas quanto as mais retrô. Porém, saiba que ela pode ser usada em praticamente qualquer tipo de prancha, desde que esteja em equilíbrio com os demais elementos da prancha, conforme explicamos no início do artigo.
Boas opções para Swallow:
Old Is Cool - clique para acessar
Tequila - clique para acessar
RABETA PIN – Big wave e controle máximo
A rabeta Pin foi desenvolvida para ondas fortes e pesadas. Por isso, é uma das mais usadas pelos big riders! Meu amigo, minha amiga, se você estiver no Hawaii e se deparar com um camarada carregando uma 8 pés rabeta Pin, saiba que o mar tá gigante e que esse cara é um monstro. Provavelmente, você está em Waimea.
Por que isso acontece? Porque rabeta Pin é sinônimo de controle. Colocando em termos mais técnicos: a diminuição de lift contribui para que a prancha não desgarre em situações onde a pressão sobre ela é maior. Quando um shaper projeta um foguete com rabeta Pin, não tenha dúvidas de que ele está pensando em controle, principalmente nas curvas em altas velocidades.
Repare na imagem que o formato da Pin é bem estreito. Dependendo do design da prancha, um leigo poderia facilmente confundir a rabeta com o bico e sair remando ao contrário kkkkk O importante é que esse formato mais estreito faz com que a rabeta tenha menos área, o que é justamente o que te proporciona mais controle na cavada e dentro dos tubos.
Por isso, a Pin é muito usada em Gunzeiras / Step ups, e não costuma funcionar bem em ondas pequenas, assim como para manobras radicais. Mas tenha certeza de que ela vai te ajudar a permanecer dentro daquele tubão, com a prancha colada na parede, por muito mais tempo!
OUTRAS RABETAS QUE VOCÊ PODE CONSIDERAR
SQUARE - uma squash com mais pivô
Também conhecida como “Chop Tail”, a rabeta Square tem um funcionamento parecido com a Squash, apresentando bastante versatilidade. Para surpresa de muitos, é uma das rabetas mais antigas aqui da nossa lista. Quem acompanhou o surfe na década de 90 deve lembrar do Occy quebrando com seu estilo power, muitas vezes usando rabeta Square. Depois disso, meio que entrou em esquecimento, até recentemente ser resgatada por Dane Reynolds, chamando atenção da galera no US Open of Surfing 2010, em Huntington Beach.
As pontas “quebradas” dessa rabeta podem causar uma certa estranheza visual, mas em termos de performance isso te ajuda a fazer o pivô (curva) para alcançar um surf mais vertical, com manobras curtas. Por outro lado, essa mesma característica pode gerar uma certa dificuldade no surf de linha, ou quando o mar sobe demais.
Por conta do seu design quadrado, área da rabeta fica maior, fazendo com que a prancha plaine com mais facilidade e estabilidade. É por isso que muitos free surfers optam por essa rabeta para trabalhar manobras e andar melhor nas partes mais fracas da onda. Ah! Uma dica de ouro: funciona muito bem com quadri-quilhas!
Santeria, square - acesse
ROUND PIN - dias grandes e tubulares
Como o próprio nome já diz, a Round Pin é um meio termo entre a rabeta Round e a rabeta Pin. Em outras palavras, foi desenvolvida para que as prancha não fique tão presa quanto a Pin, mas ainda assim tenha bastante controle quando necessário. Na sua pranchinha high performance funciona muito bem em ondas tubulares, combinando velocidade e controle. Por isso, é muito usada em trips para Indonésia e Hawaii.
Vale destacar que vem sendo muito usada também em pranchas híbridas e mais largas como uma maneira de diminuir a área da prancha na saída do fluxo d´água. Ou seja, é uma solução de design que o shaper pode utilizar para que você tenha mais controle da prancha nos mares com mais força.
Indotrip, round pin - acesse
ROUND SQUASH - cruzamento de squash e round
Mais uma rabeta com nome autoexplicativo pois trata-se de uma mistura entre a Round e a Squash. Ou seja, tem um pouco mais de estabilidade do que a Squash, e um pouco menos controle do que a Round. É aquele ponto refinado para quem ainda não tá satisfeito com as outras duas opções e quer tentar um meio termo.
Como era de se esperar, sua característica principal é a versatilidade, sendo uma rabeta muito utilizada e de fácil adaptação. Tem uma performance ótima em ondas de tamanho pequeno e médio, em todos os tipos de formação.
Opções:
Cabron - clique para acessar
Soul - clique para acessar
DIAMOND - controle para maroleiras
Você não encontra aqui no Brasil muitas pranchas com rabeta Diamond, mas é uma opção interessante para merrequeiras, mini simmons e pranchas hibridas. Isso porque a pontinha da rabeta contribui para que pranchas largas mantenham o controle nas cavadas.
Além disso, esse pequeno “pin” proporciona mais verticalidade na sua maroleira devido ao pivô que essa rabeta larga passa a ter. Ou seja, é uma opção menos conhecida para público brasileiro do que as demais, mas deve ser considerada na hora da compra visto que suas quebras no design permitem uma troca de direção mais rápida.
EXPLORANDO OPÇÕES ALTERNATIVAS
Como citamos anteriormente, hoje existem rabetas com inúmeros formatos e a cada dia surge uma novidade. Não só achamos válido, como também essencial, experimentar designs alternativos e estar sempre buscando o diferente. É assim que a inovação acontece.
Por isso, recomendamos que você se mantenha atualizado quanto aos lançamentos e sempre converse com seu shaper com a mente aberta. Quem sabe você não se apaixona por uma rabeta assimétrica?! Vai me dizer que você nunca quis experimentar uma Bat-tail???
CONCLUSÃO
Nesse artigo apresentamos os principais tipos de rabetas disponíveis hoje no mercado e esperamos de coração que você esteja saindo daqui com uma visão mais clara sobre as melhores opções para você.
Agradecemos demais pela atenção e estamos à inteira disposição pra trocar mais ideia sobre esse e qualquer outro assunto. De preferência com uma cerva na mão.
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